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Showtec 2008 destaca nova parceria de sucesso no campo: a integração lavoura-pecuária

O maior evento de difusão de tecnologias do Centro-oeste apresentou, também, novidades que podem revolucionar a agropecuária nessa região.

A fórmula da “união faz a força” é antiga conhecida do homem do campo e, recentemente, colocou lado a lado duas atividades que, por tradição, não eram exercidas em parceria: a lavoura e a pecuária. O sistema que propõe a junção desses segmentos, por meio do consórcio produtivo de carnes e grãos simultâneo, sucessivo ou rotativo, foi destaque no Showtec 2008 por apresentar resultados surpreendentes para a sustentabilidade do agronegócio. Esse evento é o maior do gênero no Centro-oeste e foi realizado em fevereiro, em Maracaju, sudoeste sul-mato-grossense, pela Fundação MS para Pesquisa e Difusão de Tecnologias Agropecuárias.

Durante três dias, cerca de 9 mil visitantes, entre produtores e técnicos em agropecuária de diversos estados brasileiros e de países vizinhos, assistiram palestras, visitaram estandes de implementos agrícolas e cultivares dos 95 expositores, entre os quais empresas de sementes que apresentaram seus lançamentos para o mercado. O ponto alto do evento foi a divulgação dos resultados de pesquisas feitas pela própria Fundação MS e pelas instituições parceiras, como Embrapa Gado de Corte, Embrapa Agropecuária Oeste, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

De acordo com o coordenador do evento, engenheiro agrônomo Dirceu Luiz Broch, essa iniciativa, que nasceu como um “Dia de Campo” para cooperados que mantém a Fundação MS, hoje tomou a dimensão de uma verdadeira universidade a céu aberto e busca, cada vez mais, encurtar a distância entre a ciência e o trabalho no campo para melhorar a qualidade da produção e viabilizar a atividade rural. Broch ressalta que “são 309 novas tecnologias disponibilizadas nesta edição. Entre elas, inovações sobre cultivares de soja convencional e transgênica; híbridos de milho e algodão; plantas para cobertura de solo”.

Dirceu acrescentou ainda que “o lançamento de pastagens para a integração, o consórcio milho safrinha com pastagem, sistema que vai revolucionar o Centro-oeste tanto para pecuarista na integração lavoura-pecuária como para o agricultor que queira a palhada para o plantio direto, e todas as novidades e ajustes técnicos mostrados no Showtec 2008 fazem parte de tecnologias modernas fundamentais para o setor, cuja utilização pode gerar alta produtividade e aumento de volume financeiro nos próximos anos”.

Resultados que o empresário rural Genésio Mazzochin espera alcançar em sua propriedade, com área de 850 hectares para plantio. Há 23 anos como lavoureiro em Maracaju, dois anos atrás ele optou pela integração lavoura-pecuária. Mazzochin diz que implementou o sistema por causa das doenças no solo e porque não fazia rotação de cultura na propriedade, “era sempre soja sobre soja”, afirmou, um dos fatores que empobreceram o solo.

Mesmo com pouca experiência, o empresário, já satisfeito, dá dicas: “após a colheita da soja, em fevereiro ou março, semeia a brachiária, diferentes variedades, ou tipos de coloniões (panicuns), o que você achar melhor para tua terra. Daí, o resultado começa a vir. Por exemplo, em 100 hectares de brachiária, cabem 500, 600 cabeças sem problema nenhum. Isso no verão. No inverno, tem que reduzir pela metade. O potencial dessas terras é fantástico”, argumenta. É um índice que surpreende, pois totaliza 5 a 6 cabeças por hectare, o que ultrapassa de longe a média do estado, 0,8 unidade animal por hectare.

Mais entusiasmado com os resultados é Adilson Kazuo Kozama, produtor rural de Ribas do Rio Pardo, leste sul-mato-grossense. Com 30 anos de pecuária e uma área de 7 mil hectares - 1,2 mil de lavoura e de pasto já reformado, há 4 anos começou com a integração. Ele afirma que, por causa da baixa fertilidade de solo, “a propriedade estava cada vez mais espremida na rentabilidade”.

Kozama antes trabalhava com a média de 0,8 U.A/ha. Após adotar o sistema, seguir as orientações técnicas e fazer ajustes que a realidade da propriedade exigia, o produtor revela que aumentou em 50% a lotação: “Passei para 1,2 U.A/ha”, comemora. Embora a cidade de Maracaju seja o berço da integração lavoura-pecuária no Centro-oeste, em Mato Grosso do Sul estima-se que apenas 100 produtores utilizem essa tecnologia.

O pesquisador Armindo Kichel, da Embrapa, atribuiu a baixa adesão por parte do empresariado rural ao medo do risco e apontou três motivos para isso. “Primeiro, o desconhecimento da atividade que teria que passar a exercer. No caso, em se tratando de um lavoureiro, desconhecimento da pecuária e, em se tratando de pecuarista, da lavoura. Segundo, o investimento financeiro necessário para a implementação das atividades e, terceiro, o conhecimento técnico, pois os produtores acabam não procurando uma assistência adequada”, concluiu. Mesmo assim, o interesse parece ter despertado, pois a palestra de Armindo Kichel sobre o tema foi das mais concorridas.

Entre os grupos que revezavam-se para assistir à explanação, a dúvida mais comum era relacionada aos investimentos. O pecuarista queria saber quanto custaria para entrar na lavoura e o lavoureiro quanto gastaria para começar na pecuária. “Com uma conta grosseira e rápida, praticamente o mesmo para ambos: três mil reais por hectare. O lavoureiro gasta em torno de 1,2 mil reais em infra-estrutura mais 2 mil com animais; o pecuarista também gastaria com correção de solo e compra de máquinas. Obviamente, esse investimento em maquinário seria diluído em 15 ou 20 anos. Mas, com a produção, por hectare, de 50 sacas de soja e 20 arrobas de carne, consegue-se, pagar todos os custos variáveis e fixos do primeiro ano.”

Kichel terminou a palestra com um conselho para os interessados em ingressar na atividade. “Comece com experimentos em pequenas áreas, pois isso serve de aprendizado para o proprietário, treinamento para a mão-de-obra e avaliação para o técnico”. Assim, segundo o pesquisador, valida-se e transfere-se tecnologia para áreas maiores e evita-se grandes prejuízos.

A programação do Showtec 2008 incluiu, ainda, rodada de negócios, giros com apresentação de trabalhos sobre fitotecnia, fitossanidade, manejo e fertilidade do solo, consórcio milho safrinha e pastagens, plantas medicinais, fruticultura, culturas para a produção de biodiesel e forrageiras.

A Sementes JC Maschietto, única do segmento de pastagens a participar do evento, apresentou sua coleção de forragens. Desde o ano passado a empresa apoia a Fundação MS com o fornecimento de sementes para os eventos de “Dia de Campo” da instituição. De acordo com Dirceu Luiz Broch, “a Fundação MS está muito satisfeita com essa iniciativa, pois a JC Maschietto é uma empresa que investe em pesquisa, acredita na tecnologia e, tenho certeza, vamos colher bons frutos com essa parceria, tanto a Fundação, quanto a JC Maschietto como, também, os produtores, que vão ter mais sementes de qualidade”, argumentou.

Créditos:
Fotos: Divulgação Showtec 2008
Reportagem: Ana Karla Loureiro



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