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Nova cultivar de guandu
Rodolfo Godoy
Patrícia Menezes Santos1

Artigo publicado na Revista JC Maschietto no 07, setembro/2009

Apenas em anos recentes o interesse no guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp.) tem aumentado, embora seja leguminosa mundialmente conhecida e utilizada há longo tempo. Estima-se que atualmente seu plantio ocorra em aproximadamente 4,3 milhões de hectares. O crescente interesse por esta cultura deve-se à necessidade de aumento da eficiência dos sistemas de produção animal e de produção vegetal e da verificação da versatilidade da espécie, que pode ser empregada em múltiplas finalidades. Para isso, desde que se trabalhando com materiais genéticos apropriados, a utilização de uma espécie rústica como o Cajanus cajan em muito pode contribuir.

O programa de seleção e melhoramento de guandu da Embrapa Pecuária foi iniciado visando desenvolver novas cultivares de guandu forrageiro, com base no fato já então conhecido da adaptabilidade da espécie a solos de baixa fertilidade. Para tanto, foram testadas coleções de germoplasma de várias origens, quanto às suas características forrageiras, preferencialmente em solos de baixa fertilidade. Desde o início dos testes, um acesso (g3) se destacou por suas características forrageiras favoráveis, principalmente sua produtividade de matéria seca. Esse acesso transformou-se em uma linhagem pura (g3-94), em processo conduzido em ambiente controlado, com as mesmas características favoráveis do acesso g3.

Por esse motivo, a Embrapa providenciou o registro e a proteção desse material, dentro do estabelecido com a Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras Tropicais (Unipasto), pois o projeto de pesquisa com guandu integra um convênio de cooperação entre a Embrapa e a Unipasto.

A nova cultivar, em vias de ser lançada, recebeu o nome de BRS Mandarim. Conforme já mencionado, esta cultivar destacou-se pela alta produtividade de forragem, sempre superior à das cultivares comerciais, em solos de baixa fertilidade.

Posteriormente novos ensaios mostraram que, para novilhas leiteiras, a cultivar BRS Mandarim pode ser utilizada como banco de proteína, com pastejo limitado a três horas por dia, para complementação da dieta, o que reduz os custos de alimentação sem afetar o desempenho animal. Também se verificou redução de 8% no custo por kg de ganho de peso das novilhas com a redução da quantidade de concentrado e fornecimento de aproximadamente 20% da ingestão total de matéria seca na forma de guandu picado.

O desenvolvimento do projeto de pesquisa levou a considerável aumento no conhecimento sobre a cultura. Assim, a cultivar BRS Mandarim, originalmente selecionada para utilização em solos de baixa fertilidade, apresentou resposta positiva à adubação: em ensaio realizado em talhões de cana-de-açúcar em solo de alta fertilidade, produziu quinze toneladas de matéria seca por hectare, em quatro meses, superando a cultivar. Fava Larga em 20%.

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Cultivar BRS Mandarim em talhão de cana de açúcar, ao lado de parcela de crotalária.

A cultivar Mandarim mostrou-se moderadamente resistente ao fungo Macrophomina phaseolina (Tassi) Goid, que causa a morte prematura de plantas. Ela também é resistente ao fungo da ferrugem da soja, Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd., além de não ser seu hospedeiro, de modo que não representa perigo a essa cultura, de acordo com experimento realizado pela Embrapa Soja, em Londrina, PR.

Em laboratório, em solo compactado artificialmente, a cultivar BRS Mandarim produziu 16% a mais de matéria seca de raízes do que a cultivar Fava Larga, tendo portanto grande potencial para a biodescompactação de solos.

A cultivar BRS Mandarim está sendo testada quanto à sua capacidade para esta finalidade em talhão de cana de açúcar da Usina Santa Luísa, em Motuca, SP, em terreno com alto grau de compactação. Em cerca de cem dias, a cv. BRS Mandarim produziu, na média geral do ensaio, 2003kg/ha de matéria seca de folhas, produção esta superior em 23% à da cv. Fava Larga e em 30% superior à da crotalária. Esse experimento vem sendo conduzido em parceria com o CTC - Centro de Tecnologia Canavieira.

Em 2008, a cultivar foi registrada e protegida junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e é comercializada exclusivamente pelas firmas associadas da Unipasto.

1 Pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste


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