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Mercados futuros: instrumento de comercialização de boi gordo

Fabiana S. Perobelli Urso, economista, e-mail: fabianap@bmf.com.br

“É preciso modificar a estrutura de venda, e não mais vender os bois “olhando para o retrovisor”

O pecuarista, como os demais produtores agropecuários, associa o processo de produção ao momento da venda da mercadoria. E o que encontramos no dia-a-dia é que o pecuarista produz os bois e quando os animais estão prontos para o abate, ele dá inicio ao processo de venda.

Se os preços não estiverem remunerando adequadamente a sua produção, o pecuarista, dependendo da situação de mercado, ficará aguardando uma melhora dos preços, que pode não ocorrer. Se o animal estiver em confinamento, esta “espera” normalmente não existirá, pois significará um aumento dos custos.

A pecuária vivenciou nos últimos anos a redução das margens de rentabilidade, face à desvalorização real dos preços do boi e o aumento dos custos de produção, especialmente da reposição. Qualquer atividade produtiva está sujeita a alguns riscos, como o de produção, de crédito e o de preço.

O risco de preço interfere na atividade produtiva, na medida em que pode determinar a redução da margem de rentabilidade. A pecuária moderna não pode ficar refém das variações indesejadas dos preços e requer instrumentos de gerenciamento do risco de preço. E isto requer que o pecuarista ao tomar a decisão de produção deve, neste momento, garantir o seu preço de venda, através dos instrumentos dos mercados futuros e de opções, para evitar a deterioração da sua rentabilidade.

Ao antecipar o processo de venda, o pecuarista poderá garantir a rentabilidade da sua atividade, e não ficará exposto ao preço de mercado quando for entregar os bois para o frigorífico. É preciso modificar a estrutura de venda, e não mais vender os bois “olhando para o retrovisor”.

Para garantir, antecipadamente, o preço de venda, o pecuarista pode utilizar os mercados futuros e de opções disponíveis na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Para operar estes mercados, é desejável que o pecuarista conheça o seu custo de produção. Com esta informação, poderá avaliar se os preços remuneram ou não a sua atividade. Além disso, o pecuarista deve trabalhar com a idéia de formar um preço médio, ou seja, vender aos poucos, sempre que o preço remunerar a sua atividade.

O produtor quando fixa seu preço de venda na BM&F, faz um hedge (seguro, cobertura) de venda de seus animais.

Portanto, se o preço do boi cair, ele recebe a diferença entre o preço fixado anteriormente e o preço desvalorizado, compensando assim a desvalorização ocorrida no mercado físico. Por outro lado, se o preço subir o pecuarista paga a diferença entre o preço fixado anteriormente e o preço valorizado. Note que se o preço cair o pecuarista estará protegido e se o preço subir ele apenas deixará de ganhar. Esse é o princípio do mecanismo de hedge – garantir um determinado preço que o produtor considera adequado à sustentabilidade do seu negócio ao longo do tempo.

Com o uso do mercado futuro o pecuarista pode planejar melhor sua atividade. Ao fixar seu preço de venda, ele determina o quanto irá produzir de acordo com o retorno que poderá obter. No dia-a-dia dos negócios, os pecuaristas continua­rão vendendo seus bois para os frigoríficos com os quais mantém relações comerciais, mas o preço de venda não será conhecido apenas quando entregar os bois para o abate e sim quando tiver fixado o preço anteriormente na BM&F.

Vale destacar que o pecuarista pode liquidar o contrato a qualquer momento, realizando a operação inversa. Caso ele tenha vendido 40 contratos, e queira encerrar a posição, deverá comprar 40 contratos. Caso decida ficar até o vencimento, o contrato será liquidado pelo preço médio dos últimos cinco dias de acordo com o Indicador à vista Esalq/BM&F. Esse indicador de preços é calculado pela média ponderada de quatro praças no interior de São Paulo: Araçatuba, Bauru/Marília, Barretos/São José do Rio Preto e Presidente Prudente.

O mercado de opções da BM&F é outra alternativa de fixação do preço de venda ou de compra para uma data futura. As opções possibilitam negociação de contratos através da compra de uma opção de venda (put, no jargão do mercado) ou de compra (call), pagando por elas um prêmio ao vendedor (o lançador da opção). O comprador, ao pagar o prêmio ao vendedor (lançador) da operação, detém o direito de exercê-la em uma data futura. Vale destacar que a opção de boi gordo é americana, ou seja, pode ser exercida a qualquer momento.

O pecuarista, por exemplo, pagará o prêmio de R$ 0,50/@ ao vendedor (lançador) para ter o direito de vender os bois em outubro a R$ 59,00/@. Em outubro, se o preço do boi estiver a R$ 56/@, o pecuarista exercerá este direito e receberá a diferença de R$ 3,00 por arroba (R$ 59,00 - R$ 56,00) na BM&F. Na prática, o pecuarista venderá os bois a R$ 56,00 ao frigorífico e, com os R$ 3,00/@ obtidos no mercado de opções, terá garantido o preço de venda fixado anteriormente de R$ 59,00/@, pelo qual pagou o prêmio de R$ 0,50/@.

O mercado de opções possui risco limitado e controlável para o comprador da opção, no caso o pecuarista; se no vencimento o preço do boi estiver em R$ 65,00/@ o pecuarista não exercerá o direito de venda. O pecuarista venderá os bois para o frigorífico a R$ 65,00/@ no físico, e terá gasto R$ 0,50/@, pelo prêmio do seguro. A opção é duplamente vantajosa: o produtor compra um seguro contra a queda de preços e não deixa de ganhar com uma possível alta nos preços.

Os pecuaristas que estiverem fora de São Paulo devem se atentar para o conceito da “base de preços”. Como o contrato da BM&F refere-se ao Estado de São Paulo, o pecuarista do Mato Grosso deverá conhecer a diferença histórica entre os preços da sua localidade em Mato Grosso em relação ao mercado de São Paulo. Esta diferença é conhecida por “base”.

O acompanhamento da “base de preços” é fundamental para que os pecuaristas fora do Estado de São Paulo possam fixar seus preços de venda. O mesmo raciocínio é válido para os compradores de fora do Estado.

O uso dos mercados futuros e de opções pelos pecuaristas tem aumentado significantemente, revelando o maior interesse pela garantia antecipada do preço de venda por parte dos agentes da cadeia produtiva da carne bovina. Em 2006, a BM&F negociou o equivalente a 7,8 milhões de cabeças, através de 393 mil contratos de boi gordo. No primeiro semestre de 2007, foram negociados 279 mil contratos (cerca de 5,6 milhões de cabeças), com um crescimento de 151% sobre os 111 mil contratos negociados no mesmo período de 2006.

A BM&F dispõe também dos contratos futuros de bezerro e de milho, para os que desejarem fixar o preço de aquisição do bezerro ou utilizar o milho nos confinamentos.

A BM&F renova a sua disposição de estar ao lado do agronegócio, oferecendo soluções para o gerenciamento de risco e o aumento de sua competitividade. Para maiores informações procure uma corretora associada através do site da BM&F (www.bmf.com.br).


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