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Diferimento da Pastagem como Estratégia de Armazenamento de Forragem para a Seca

Adilson de Paula Almeida Aguiar
Professor de Pastagens e Plantas Forrageiras I, de Zootecnia I e III (Bovinocultura de Corte e de leite), nos cursos de Agronomia e Zootecnia das Faculdades Associadas de Uberaba.
Professor de Agrostologia no curso de Medicina Veterinária da Universidade de Uberaba (UNIUBE).
Consultor da CONSUPEC, Consultoria e Planejamento Pecuário.

O diferimento da pastagem consiste no descanso de uma parte da área de pastagens da propriedade, antes do término do período chuvoso, com o objetivo de acumular e transferir forragem que será consumida no período da seca. Este método é conhecido no meio pecuário como "pasto vedado". Pode ser adotado de forma combinada com outros métodos de pastejo, tais como lotação contínua e lotação rotacionada, mas normalmente é usado em sistemas de baixa (até 1 UA/ha) e média intensificação da produção (1 a 2 UA/ha).

O diferimento da pastagem deve iniciar entre 60 a 120 dias antes de se estabelecer na região o fator climático que determina a diminuição ou a paralisação do crescimento da pastagem. Na maioria das regiões pecuárias do Brasil, o fator climático crítico é a chuva.

Quanto mais cedo em relação ao término das chuvas for feito o diferimento, maior será a quantidade de forragem acumulada, mas menor será o seu valor nutritivo. Pensando nas diferentes categorias animais de um rebanho, o diferimento em março e abril para uso em junho, seria mais indicado para animais jovens em crescimento, como os bezerros recém-desmamados, que exigem forragem com maior valor nutritivo, enquanto que o diferimento em fevereiro para uso a partir de junho seria apropriado para animais adultos que entrarem na seca com boa condição corporal, que precisam de maior oferta de forragem, mas consegue aproveitar melhor forragem de menor valor nutritivo.

As melhores espécies forrageiras para o diferimento, já determinadas em pesquisa, em ordem decrescente são: a Brachiaria decumbens e o Braquiarão, as gramas do gênero Cynodon (Coastcross, Tifton 85) e o Panicum maximum cv Tanzânia. Estas espécies forrageiras apresentam algumas características morfológicas e fisiológicas que favorecem o seu uso em pastejo diferido: maior proporção de folhas em relação a talos, talos finos (as Braquiárias e o Cynodon) e florescimento tardio (no caso do Tanzânia e do Braquiarão) ou não florescem (Cynodon spp).

No mês escolhido para o diferimento e nos piquetes que serão diferidos, recomenda-se deixar os animais fazerem um pastejo mais intenso com o objetivo de eliminar a forragem velha e morta que se acumulou na pastagem desde o início do período chuvoso. Forrageiras do gênero Cynodon devem ter sua altura rebaixada para 10 a 15 cm; a B. decumbens e o capim braquiarão para 20 cm e o capim tanzânia, para 30 a 35 cm. Fazer o pastejo mais intenso com animais adultos que estiverem com boa condição corporal. Em algumas situações é recomendada a aplicação de nitrogênio (50 a 100 kg de N/ha) e enxofre naquelas pastagens, logo após o rebaixamento do pasto e a saída dos animais. Estes nutrientes contribuirão para fazer as folhas permanecerem verdes por mais tempo na seca, para prolongar o tempo de rebrota e aumentar a proporção de folhas e melhorar o valor nutritivo da forragem.

O planejamento do diferimento deve ser feito com o objetivo de acumular entre 3 e 4 t de matéria seca/ha. Esta massa de forragem corresponderia no campo a alturas de aproximadamente 30 cm em pastagens de Cynodon, 40 a 50 cm em B. decumbens e Braquiarão e 60 a 70 cm em Tanzânia. Não se recomenda acumular mais massa de forragem para que a planta não fique muito alta e com maior proporção de talos, condições estas que contribuem para o aumento das perdas de forragem por acamamento e para a redução do valor nutricional da forragem.

Normalmente, para sistemas extensivos e semi-intensivos, o diferimento de 20 a 40% da área de pastagens da propriedade é recomendado.

Como o valor nutritivo da forragem diferida não é alto, é recomendado que a oferta de forragem (kg de matéria seca/100 kg de peso vivo) seja alta para permitir que o animal exerça a seletividade das partes mais ricas da planta, durante o ato de pastejo. O ideal é ofertar pelo menos 4 vezes a quantidade que o animal consome, ou seja, 8 kg de MS/100 kg de peso vivo, se considerarmos que o consumo fica próximo de 2 kg de MS/100 kg de peso vivo.

A forragem que se acumula em pastagens diferidas tem seu valor nutritivo reduzido e, desse modo, mesmo tendo alta disponibilidade de forragem, é preciso suplementar os animais com os nutrientes deficientes na forragem. Em pastagens diferidas o nível de proteína bruta está abaixo dos 7% mínimos exigidos para a manutenção do peso vivo de ruminantes (bovinos, búfalos, caprinos e ovinos) requerendo o uso de suplementação mineral:energética:protéica (sal proteinado).


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